Parador Casa da Ínsua

Histórico e Arquitetura
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A Casa da Ínsua é um palácio barroco erguido no século XVIII por Luís de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres, capitão-general da capitania de Mato Grosso no Brasil. O edifício está edificado sobre vestígios de uma estrutura anterior iniciada por João de Albuquerque e Castro — da qual ainda subsistem a capela e o terraço.
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Na fachada principal, dois torreões ladeiam um corpo central. A ala oriental liga a residência à capela e aos serviços auxiliares, circunscrevendo um pátio com uma fonte de granito desenhada por Nicola Bigaglia (c.1849).
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O estilo barroco exterior é enriquecido por ameias decorativas em forma de flor-de-lis e gárgulas com canhões, evocando uma aura medieval.
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O piso nobre, voltado para o jardim, é ornamentado com janelas barrocas e rococó, enquanto as torres exibem janelas com gradeamentos em ferro nas varandas.
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Na fachada oeste, ostenta-se uma pedra de armas dos Albuquerque e Pereira, de estilo rocaille.
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Desde 1984, a Casa da Ínsua (incluindo jardins, lagos, logradouro e portões) é classificada como Imóvel de Interesse Público.
Jardins Notáveis
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Os jardins da casa são um dos seus maiores atrativos, conhecidos pela vasta variedade botânica e pelos estilos complementares:
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Jardim Francês (1856): possui desenho geométrico, buxos em níveis, espelho de água com reflexo da fachada, magnólia monumental (1842), centenas de azáleas e uma flor de lótus indiana — efémera, pois floresce por apenas 48 horas entre junho e julho.
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Jardim Inglês: destaca-se pela presença de sequoias, Pau-Brasil, um imponente eucalipto (trazido por Marquês de Pombal) com cerca de 50 metros de altura e cedros-do-Líbano bicentenários.
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Transformação em Hotel e Experiências
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Desde 2009, este solar foi convertido num hotel de charme de 5 estrelas, inaugurando como Parador Casa da Ínsua em 2015 — o primeiro Parador de Turismo estrangeiro fora de Espanha.
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Insere-se na rede Montebelo Hotels & Resorts, combinando luxo histórico com conforto moderno.
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Conta com 35 unidades de alojamento: 24 quartos, 6 suítes e 5 apartamentos, cada um com nome e decoração própria, mantendo identidade única.
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As amenidades incluem restaurante e bar, adega com prova de vinhos do Dão, loja gourmet, piscina exterior, centro de conferências, serviço de quartos e estacionamento.
Património e Visitas
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Existe um Núcleo Museológico, resultado de parceria com o Museu Nacional de Arte Antiga, dedicado às trocas luso-brasileiras do século XVIII. Ali podem ser vistos mapas, objetos de caça e pesca indígenas, armas e memória do então governador de Mato Grosso Município de Penalva do Castelo.
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Estão também expostos elementos patrimoniais como a antiga serralharia, central termoelétrica, fábrica de gelo — símbolos de inovação da Quinta da Ínsua no século XIX.
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A quinta continua ativa em produção agroalimentar: queijo Serra da Estrela, azeite, compotas, maçã Bravo de Esmolfe e vinhos do Dão, muitos deles disponíveis para degustação ou workshops.
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O hotel dispõe de amplas salas e jardins que são elegantes cenários para eventos, desde jantares privativos como a "Sala das Camélias" até eventos maiores.
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Visitantes eventuais podem explorar os espaços, museu, jardins e usufruir da piscina, ainda que o núcleo museológico possa envolver custos simbólicos (ex.: 3 € sem guia, 8 € com guia).
Localização e Envolvente
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Está situado em Ínsua, freguesia de Penalva do Castelo, a aproximadamente 25–30 km de Viseu e cerca de 1h30 do Porto, com boa ligação à Serra da Estrela.
Em resumo...
O Parador Casa da Ínsua é uma combinação notável de história, arte, natureza e hospitalidade. A sua arquitetura barroca, jardins poéticos, acervo museológico e produção regional proporcionam uma experiência memorável, cheia de autenticidade e requinte. É um lugar perfeito para quem aprecia cultura, gastronomia, paisagens e um ambiente singular que ainda respira legado.