Cais do Ginjal

03-08-2025

O Cais do Ginjal, em Cacilhas (Almada), é um local icónico à beira‑rio com uma vista privilegiada sobre Lisboa. Ao longo de décadas, foi uma movimentada zona industrial e comercial, com armazéns, oficinas, barcos de pesca e comércio fluvial, até ser gradualmente abandonado após a inauguração da Ponte 25 de Abril em 1966.

Hoje em dia, o local exibe uma atmosfera pós‑industrial: ruínas, grafitis, edifícios degradados, mas também dois restaurantes ainda em funcionamento — o Ponto Final e o Atira‑te ao Rio — que resistem como âncoras de vida ribereira, atraindo moradores e visitantes pela paisagem sobre o Tejo.

Desde abril de 2025, o acesso à zona esteve interditado devido a riscos estruturais graves, com demolições protetivas iniciadas pelo Grupo AFA e a instalação de barreiras de segurança e realojamento de residentes vulneráveis numa área temporária.

Após intervenções emergenciais, o cais reabriu ao público a 31 de julho de 2025, com novos passadiços de madeira, iluminação pública e uma exposição sobre a história do local — medidas que tornam agora possível passear com segurança ao longo do rio Tejo.

Apesar de existir um ambicioso Plano de Pormenor aprovado em 2020, com previsão de investimento de cerca de 300 milhões de euros, que inclui habitação, hotel, comércio, espaços culturais e estacionamento, o projeto ainda não avançou significativamente, permanecendo em impasse jurídico em várias instâncias.


Porquê visitar?

  • Para desfrutar de um passeio à beira‑rio com vista privilegiada sobre Lisboa.

  • Para sentir a energia de um local que mescla passado e presente, com arte urbana, ruínas inspiradoras e sabores locais nas esplanadas.

  • Para acompanhar de perto um processo de reabilitação urbana que promete transformar o espaço num cartão‑postal moderno da Margem Sul.

Em síntese, o Cais do Ginjal é hoje uma mistura singular de degradação poética, dinâmica cultural e potencial urbanístico — um lugar que merece ser visto agora, antes que mude para sempre.